domingo, 26 de dezembro de 2010

Pensar


O domínio, ainda que aparente daquilo que pensamos nos faz crer em coisas impossíveis. Mas quem domina quem, a vontade de querer ou a necessidade? (pausa para uma reflexão).

A crença faz-se mister quando o poder da luta é imperceptível, quando o caminhar perdeu o norte, quando a gravidade não é zero, quando aquilo que tem sabor de mar pesa mais que uma tonelada apesar de caber em um único olhar, quando a vontade da dor é maior que o da cura, quando o silêncio dói mais que qualquer palavra.

Aos céticos o meu alô, aos que têm fé, minha admiração. Pensar, às vezes, parece a pior opção!

domingo, 5 de dezembro de 2010

Caos Particular

Caos: O abismo insondável, uma massa informe e confusa, a personificação do vazio anterior.

Caos é um vazio obscuro e ilimitado. É um vazio de indecisão e do medo de agir. Estar desorientado, a meu ver, é estar dentro do caos de onde não se pode sair.

De certa forma te vejo habitando esse lugar. Principalmente quando estou sozinha. Não há nada mais caótico do que a escuridão, do seu quarto, quando se vai dormir.

Creio que esses dias, minha vida não tem passado de uma monótona seqüência monocrática, acho que por isso acabei descobrindo o tal caos.

Para fugir disso tudo, tento levitar balançando freneticamente os braços. Como se estivesse em total desespero. Ou será que eu estava mesmo?

“Tento achar que não é assim tão mal, exercita a paciência.”

Do alto eu só vejo aquela pessoa, e por um instante o aroma do seu perfume me faz esquecer onde estou.

Mas levitar não é verdadeiramente voar. Tudo dura poucos segundos.

Então, eu caio e me vejo, de novo, em meio ao caos.

Cair... É por esse simples ato que tudo se inicia.

Há algum tempo, percebi que para evitar o caos precisaria evitar cair. Ou quem sabe, até mesmo, deixar de ser derrubada por algumas pessoas.

domingo, 14 de novembro de 2010

A força do silêncio


As frases mal elaboradas pelo chão e o pensamento insensato pelo ar formam o misto daquilo que desejo não lembrar.

Em noites insossas de outros dias, cheguei a professar minha fé na força do silêncio. Quero encontrar um jeito de esquecer as coisas que eu não sei dizer.

Com os pés descalços, caminho lentamente numa tentativa frustrada de perceber e sentir as coisas que nunca são ditas. Ninguém me diz a direção a seguir ou quando parar, ninguém sabe, nem mesmo eu. É isso que me amedronta e fascina. O Apontamento não vem de fora, mas de uma reflexão singular.

No silêncio, apenas escuto!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Palavras!


Palavras!

Palavras são tão-somente palavras.

Qualquer indivíduo sem treinamento pode dispará-las.

Pensamos, refletimos e nem sempre concluímos.

Palavras sintaticamente podem magoar e mesmo sem sintaxe alguma ainda assim pode haver uma semântica que te apaixone.

Na maioria das vezes, palavras, em frases infelizes, decepcionam, procuramos transformá-las: quer um sentido conotativo, quer denotativo, palavras proferidas ferem!

Ferem pela inexperiência de quem as dispara, ferem pela omissão de quem não as proferem. Palavras são só palavras e é preciso precisão!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O Fazer Artístico


A estrutura simbólica do fazer artístico. Princípio básico (infância): recheado de inocência e pureza. Transitoriedade: pseudo evolução, transcendência; estagnação. ‘Adultolândia’: mundo da maturação, do ápice, da evolução suprema. Mas também da nostalgia exaurida!

O fazer a que me refiro é puro e simplesmente viver de modo audacioso e sagaz no que tange a ser visível, não aos olhos dos outros, contudo, aos próprios, o que é o supra-sumo do viver!

De acordo com o dicionário Aurélio, adulto: diz-se do indivíduo que atingiu plena maturidade, expressa em termos de adequada integração social e adequado controle das funções intelectuais e emocionais.
Mérito da discussão: tornar-se o autor da própria arte, não se contentar com a coadjuvância.