segunda-feira, 27 de junho de 2011

Espelho de Narciso

"Fiz um barco a vela e decidi nadar,
Quis janela e preferi fechar.
Vem me leva até perto de casa
Que a casa é mais perto que o fim,
Me leva pra longe de casa
Que o acaso é mais certo que o Sim.
...E é preciso precisão
O espelho de narciso é impreciso.
Quem se vê, é o que se quer."



- No pequeno universo singular, Narciso vê o que quer, quase um inferno pessoal. Neste exercício de auto descoberta busca-se incessantemente o Eu-lírico, a terceira margem do rio, uma navegação de exclusão e conhecimento, em busca da transcendência maior; a própria motivação de ser...Há quem queira ser, quem já é e quem ainda será. Ser crível, ser visível, apenas ser!
Tudo aquilo que é passível de fazer sentido, para Narciso é uma terrível limitação, o que ele deseja é uma verdade inventada...
Narciso brinca de ser importante. Narciso não sabe o que é real, é uma criança, não tem liberdade e se perde em meio suas nuanças. Narciso acha feio o que não é espelho.No fundo, Narciso é só vaidade, mas trocaria tudo por um pouco de realidade.
- Narciso, quebra esse vidro!

domingo, 12 de junho de 2011

Erga omnes

A garota dos meus sonhos é pura e inocente com pitadas de malícia.
É bonita e não precisa de publicidade.
O olhar dela é de uma eloquência surreal.
O sorriso é tímido, como o de uma criança envergonhada.
Seu corpo parece frágil, mas se encaixa perfeitamente no meu, então, eu a protejo.
Suas mãos são suaves, porém firmes para me segurar quando necessário.
O brilho que ela traz consigo se confunde com o do luar.
Seus cabelos são o maior orgulho; lindos, lisos, sedosos.
A pele é macia.
Ela é engraçada e o humor é variante.
É inteligente e gentil.
É parceira, sabe ouvir, sabe falar.

Ela é sensível e se esforça para ser forte.
A garota dos meus sonhos é apenas uma idealização.
A garota que tenho é tudo isso e é real.

domingo, 5 de junho de 2011

Pensamento reticente



A pureza era reluzente feito luz do sol ao meio-dia. Mas aquilo que saltava aos olhos agora é ferida e ficará guardado na memória e sempre que lembrada, chorarei a dor insossa que, reciprocamente, te causei.

 As argumentações paralelas surgirão, o que só farão com que a mágoa seja alimentada. Porém o jejum faz sangrar, eximindo toda razão já perdida que pseudamente nunca, efetivamente, existiu...

 Não importa onde estamos, numa mesa de bar ou no divã do analista, nossa mente nunca para e nossos medos e desejos nunca nos abandonam. 
Nem Freud explica, caro Zé Ramalho...Toda culpa parece resposta!
(...)
"De tanto eu te falar, você subverteu
o que era um sentimento e assim fez dele razão...
pra se perder no abismo que é pensar e sentir
"